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segunda-feira, 24 de abril de 2023

Zonas Húmidas no mundo têm tido uma redução preocupante!

Fonte: publico.pt

Segundo um estudo recente, nos últimos três séculos já se perderam pelo menos 21% das Zonas Húmidas do mundo[1].

Enquanto ambientes intermédios entre os ecossistemas aquáticos e os terrestres, correspondem a superfícies alagadas ou inundadas com águas naturais ou artificiais de forma permanente ou sazonal, podendo ser correntes ou estagnadas, de sabor doce, salobra ou salgada. Assim, neste tipo de espaços, é possível encontrar, por exemplo, pântanos, lagos, charcos e rios, entre outros[2].

Para além de servirem de habitat a várias espécies, as zonas húmidas contribuem para disponibilizar água potável, filtrar resíduos e ajudam a combater o efeito de estufa, pelo que, a sua conservação é uma reconhecida prioridade internacional.

Segundo o estudo publicado pelo autor Etienne Fluet-Chouinard na revista Nature, desde 1700, a área que o mundo perdeu nestes ambientes de transição é equivalente ao território indiano (país da Ásia Meridional), que sendo um número impressionante, é inferior ao que tinha sido estimado até então, salientando-se que as perdas se concentraram, essencialmente, nos continentes americano, asiático e europeu, mais especificamente em cinco países: Estados Unidos da América, China, Índia, Indonésia e Rússia. 


Os três grandes motivos para tais perdas foram a reconversão em terras agrícolas (61,7%), cultivo de arroz (18,2%) e criação das áreas urbanas (8%). Portugal não é mencionado no artigo, no entanto, Etienne Fluet-Chouinard estima que o país perdeu cerca de 42% de zonas húmidas.

Nos discursos sobre alterações climáticas, é habitual a referência sobre a poluição, a emissão de gases e a desflorestação como fatores que contribuem para esta situação, ignorando o papel destas no suporte de espécies, armazenamento de carbono e filtragem de águas.

O crescimento populacional tem um forte impacte na redução das zonas húmidas, quer pelo aumento das áreas urbanas, com a concentração demográfica que as determinam, como pelas necessidades alimentares que exigem novas superfícies agrícolas, subestimando-se assim o papel destas no combate ao efeito de estufa, mas também a sua importância para um recurso cada vez mais crítico: água potável.

Lara Carvalho, 14 - 8A

José Carlos Costa


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