Especialistas alertam para riscos de urbanização descontrolada INFO 1 >>
A
decisão do Governo de flexibilizar a lei dos solos, permitindo que municípios
libertem terrenos rústicos para construção de habitação pública ou a preços
moderados, segundo o Laboratório Associado TERRA (com mais de 400
investigadores das universidades de Lisboa e Coimbra), implica impactes
ambientais e económicos negativos.
Neste
contexto, Helena Freitas, professora de Biodiversidade e Ecologia na
Universidade de Coimbra, considera ser "muito preocupante", pois ao construir-se
em terrenos rústicos pode levar à perda de áreas agrícolas e florestais, comprometendo
a biodiversidade, ecossistemas e a capacidade de produção de alimentos, bem
como a expansão urbana inadequado pode resultar em infraestruturas precárias e
maior dependência do transporte rodoviário.
Para a
especialista, a solução passa, por um lado, revitalizar edifícios devolutos e
subaproveitados nas cidades e ainda, em vez de se ocuparem áreas rurais, optar
pela densificação urbana (à semelhança de Amesterdão e Copenhaga), aproveitando
os solos urbanos já disponíveis e não expandir as áreas urbanas e por outro, criarem-se
mapas de aptidão do solo para identificar áreas críticas para conservação,
agricultura e biodiversidade, protegendo-as da urbanização.
Nuno
Cortez, do Centro de Estudos Florestais, salientando outras problemáticas que
afetam os solos, reforça a preocupação com a perda/degradação e mau destes,
causada não só pela construção urbana, mas também pela agricultura intensiva e
má gestão dos recursos naturais.
Neste
contexto, salienta-se ainda que, segundo o Laboratório Associado TERRA, a
desertificação já afeta 40% da superfície terrestre e 35% da população mundial,
bem como mais de 50% do território português está em risco.
Anualmente,
no mundo, perdem-se 24.000 milhões de toneladas de solo fértil devido à erosão
e desertificação – o equivalente a 23 hectares por minuto e na Europa, 8% do território
enfrenta um risco muito elevado de desertificação.
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