As ilhas do Porto
As “ilhas” no Porto, surgiram no processo de urbanização emergente da cidade e
com problemas graves de alojamento, sendo um tipo de habitação operária típica deste
espaço urbano do norte do país, que encontra as primeiras referências no século
XIX, associadas ao movimento do êxodo rural de trabalhadores que, fugindo à
miséria do campo, procuravam na cidade um futuro melhor, recorrendo ao emprego disponível
pelo processo de Revolução Industrial , movimento demográfico este que levou a que, em 1939, na
cidade, existiam 1152 ilhas, ocupadas por mais de 45 mil pessoas.
O Porto
assiste assim a um acentuado aumento da sua população, não tendo capacidade imóveis
acessíveis às pessoas de parcos recursos que afluíam à cidade, pelo que, construíram-se
habitações de fraca qualidade nas traseiras das casas da classe média e
próximas das fábricas que surgiram no tecido urbano a partir do início do séc. XIX.
Enquanto
aglomerado é constituído por edifícios unifamiliares no centro da cidade,
normalmente com um piso e separadas ou ladeadas por um corredor estreito e único
de acesso à via pública, onde, famílias numerosas viviam e em diversas
situações ocorria a partilha de casas de banho.
São espaços
que, pese embora o estigma a que foram ditadas pela população mais favorecida,
têm uma identidade própria, fruto de relações fortes de vizinhança e de
proximidade, onde a solidariedade tem acentuado significado.
Em 2015, ainda
viviam nestes espaços cerca de 10 mil.
Para se perceber o contexto atual, sugere-se a visualização dos documentários de Paula Moura Pinheiro (RTP - Visita Guiada, episódio 15) INFO >>>> e de Hugo Noel Santander Ferreira no vídeo que se segue.
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