Este é um espaço de divulgação on-line de âmbitos de interesse geográfico.
Views
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024
Transportes e a transição entre ambientes
A (r)evolução dos transportes permitiu ao Homem
a ultrapassagem de obstáculos de circulação, permitindo uma transição entre
meios de ambiente (terrestre, aquático e aéreo) e com tal, interferir na
distância-tempo, ou seja, encurtando a duração das viagens.
A versatilidade de veículos é cada vez maior e
são inúmeros os exemplos de transição terra-ar e terra-água, designações como (hidro)avião
e veículos anfíbios são realidades efetivas na dinâmica de transportes, contudo
nesta publicação pretende-se dar visibilidade a veículos que numa lógica de non-stop,
permitem aos seus utilitários circular, sem que para tal precisem de
transbordo entre meios/modos de transporte.
O elemento de clima que determina, direta
ou indiretamente, o comportamento de todos os restantes é a temperatura,
condicionando assim a circulação do ar e da água entre os ambientes terrestres.
No que se relaciona com o ciclo da água,
sabemos que é a evaporação que possibilita a passagem da água das superfícies
aquáticas, dominantemente marítimas, para a atmosfera e daqui, transferidas
para o interior dos continentes, onde, dependendo das condições térmicas e
presença de partículas sólidas, a humidade atmosférica pode condensar e/ou
solidificar.
Centrando-nos nos processos de evolução do
estado líquido da água para o sólido, face à redução da T (ºC) abaixo dos 0ºC,
podemos afirmar que o orvalho determina a geada, o nevoeiro
o sincelo e as nuvens a saraiva/granizo ou cristais
de neve.
O fenómeno que se pretende divulgar é o relacionado
com as flores de geloque surgem em contexto marítimo,
lacustre ou continental, naturalmente, com origens distintas.
As marítimas, com teor de salinidade muito
superior às águas onde se formam, os oceanos (ant)ártico, resultam do congelamento
imediato do vapor de água libertado pelas reduzidas fendas de gelo superficial,
que ao contactarem com o ar muito frio, geram estruturas de gelo com formas
diversas, sendo reforçadas pela geada subsequente, fruto da passagem de mais
humidade atmosférica pelas mesmas. INFO >>INFO >>INFO >>
Fontes: iguiecologia.com e gizmodo.uol.com.br
Uma flor de gelo cultivada em laboratório (Matthias Wietz)
Fonte: gizmodo.uol.com.br
As lacustres surgem em lagos pelo vapor
de água que se congela na superfície dos mesmos, como por exemplo, no lago Akan
em Hokkaido (Japão).INFO >>
Fonte: portalmie.com
As continentais resultam de fios de gelo
que são empurrados, através das fendas, para fora dos caules de plantas brancas
ou amarelas. INFO >>
Fonte: megacurioso.com e you tube.com
José Carlos Costa
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024
Política Agrícola Comum (PAC) vs.Luta dos agricultores
Fonte: agrotec.pt
Surgindo do contexto pós 2ª
Guerra Mundial (1945), que deixou as economias arruinadas, com crises
alimentares na Europa devido a atrasos tecnológicos na agricultura e uma acentuada
dependência alimentar, em particular dos E.U.A., bem como apresentar mercados
deficitários, a criação da CEE (Europa 6) em 1957 veio colaborar na manutenção
da paz e no desenvolvimento das economias muito afetadas de alguns países europeus,
nomeadamente, dos seus fundadores, Alemanha, Bélgica, França, Itália,
Luxemburgo e Países Baixos.
Na dinâmica desta organização
cria-se a mais antiga e mais integrada das políticas comuns, enquanto eixo de
atuação comunitária, a PAC, ou seja, um sistema de subsídios à agricultura e
programas de desenvolvimento em áreas afins, que chegou a constituir cerca de
metade do orçamento geral e que visou melhorar a vida dos agricultores de
então, como garantia da manutenção da atividade e por essa via, gradualmente,
dotar os respetivos países de autonomia de produção, ou seja, tornarem-se cada vez
mais autossuficientes a nível alimentar.
O percurso da PAC foi
efetuado com diversas reformas que permitiram no tempo corrigir opções de gasto
e dar resposta a desafios emergentes ao nível da atividade agrícola que, como
qualquer outra, tenta alinhar-se com princípios de sustentabilidade, não só económico-social,
mas também ambiental.
Nos últimos dias temos assistido
a um descontentamento crescente ao nível dos agricultores europeus (INFO >>) que têm
bloqueado, um pouco por todo o espaço comunitário, as estradas e portos
marítimos, comprometendo a circulação em geral, colocando em risco as dinâmicas
de abastecimento, por exemplo, de géneros alimentares.
Fonte: youtube.pt
Os motivos incluem
reclamações diversas que vão desde a regulamentação ambiental (que implica custos
acrescidos e preços mais elevados), passando pela concorrência desleal da
importação estrangeiras barata (que não produz com os mesmos regulamentos), até
à burocracia excessiva no âmbito da PAC.
De facto, a atividade agrícola, para além das especificidades
da regulamentação introduzida pela UE no contexto de práticas mais amigas do
ambiente, sofre consequências dos apoios aplicados à produção ucraniana
(renuncia e cotas e tarifas na importação), bem como da influência resultante os
efeitos dos aumentos do custo da energia, dos fertilizantes e dos transportes,
acentuado os custos de produção e o valor que é pago aos agricultores tem vindo
a diminuir desde 2022, facto que torna a atividade cada vez mais difícil, e com isso, compromete-se a atratividade para os jovens numa atividade onde, em Portugal, se sabe ter uma mão de obra extremamente envelhecida.